quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Suposições sem posições

Supondo que as palavras fossem ouvidas ao mesmo tom que proferidas
Que não houvesse impacto que fosse exato
No sim e não, não coubesse o vão
E que certeiras não causassem confusão

Supondo que o tempo não fosse divisa
Que não houvesse dívida, contrariedade ou erosão
Que embriagados viajassemos sem pressa
E que a hora...Esta já não interessa

Supondo que os dedos apontados, fossem caminho
Que a linha fosse reta, a coluna ereta
Sem distração, sem propensão ao desequilíbrio híbrido
Com intenção

Supondo que o desapego não fosse medo
Que nem fosse necessário estar atento
Que apenas o começo não fosse ato de implicância
Que se ouvisse alto, de fato, o ato intacto

Supondo que o silêncio navegasse pelos pêlos
Que cantassem ao mesmo tempo
Que a melodia que o visse, consentisse
Sem o tal do julgamento

Supondo que o suor pudesse ousar não ser discreto
Que o abrigo para o frio pudesse ser completo
Que a vermelhidão não trouxesse a escuridão
Que o calor reinasse ao desatino, sem a suposição

Ainda assim, sim, seria assim.

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