terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dipostas e depositadas

Bobas as palavras voam
Como sem esteiras para limitar o pouso
Não há chapéus nos céus
Não há tampa, cobertura ou ponta

Se encadernadas letras postas no papel
Ao olhar atento se deparam e despertam
Tomam as fronteiras e adentram os continentes
Ou simplificando os fatos, dançam ao som de mil trompetes

Ditas, expressas, cantadas, proclamadas ou regurgitadas
São caminhos turvos, os da interpretação
Com intensidade de um vulcão ativo
Podem invadir e passar a habitar onde quiserem

Sem amarras, ou arames farpados, estão todos descalços
Propensos aos dois mil lados
Definitivamente não é quadrado
E não é cedido a ausência da indagação

Como presas em uma grande bolha sem oxigênio
As palavras são apenas massas
Moldadas e que mudam sempre que percepção a alcança
Não há aliança, ou desconfiança que a possa possuir

Quem a manuseia com destreza
Possui sinteticamente o controle da situação
Agora, muito cuidado...Pois vivas, elas sussurram
E nem ao surdos é cedida a liberdade de expansão

Não há coração que não ouça sua própria batida

3 comentários:

  1. As palavras têm um poder inimaginável mesmo. Como o fato de me deixar com uma vontade morrendo de vontade de desenhar ao ler esse lindo poema, tamanho seu ludismo.
    Lud, tenho certeza que esses pensamentos tão lúcidos são iluminados por algo Divino. Que vc continue expandindo seu talento para o mundo, abrangendo cada vez mais corações com esses textos belíssimos.

    Parabéns!!!

    Bjs!! :]

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  2. Ta ai uma coisa que palavras são corajisas, elas não se importam de adentrar a mais profunda escuridão em busca do seu objetivo !
    Tenho gostado dos seu foco !

    Embrace yours dreams

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  3. Eu tenho medo das palavras.
    Especialmente daquelas que são ditas quando pensadas antes. Especialmente quando ditas por pessoas que agem duas vezes antes de pensar.
    Eu tenho medo das pelavras porque elas tem (olha a reforma ortográfica) poder.
    Tenho mais medo de quem engole as palavras, pois assim se alimenta um psicopata. Seu texto me levou a uma reflexão sobre uma ira social contida, escondida pelo véu de um sorriso cordial. Talvez seja maluquice minha, mas me levou a uma reflexão quase sociológica. Só pessoas brilhantes conseguem despertar coisas assim em pessoas xucras como eu.

    Parabéns pelo blog, pelas palavras e pelas reflexões.

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